Eu não aguento esta pressão!

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Uma data de Xupistas!




Insultos, desenhos ou poemas fazem parte de cerca de 43 mil boletins
texto retirado do jornal metro do dia 27 Janeiro de 2006


"José Mourinho não era candidato presidencial, mas isso não impediu o treinador do Chelsea de arrecadar as preferências de vários eleitores que, no domingo passado, foram às urnas. Palavrões,
mensagens de apoio, poemas agrafados, desenhos inocentes ou acintosos. De tudo um pouco pode ver-se e ler-se nos cerca de 43 500 votos nulos das últimas presidenciais. Sabia, por exemplo, que os eleitores de Jerónimo de Sousa têm um orgulho desmedido no candidato? Muitos fizeram questão de inscrever a cruz no quadrado e assinar por baixo. . . para que conste. “Vários eleitores votaram e assinaram por baixo. Aconteceu, sobretudo, com quem votou em Jerónimo de Sousa”, conta ao “Portugal Diário” a juíza Sónia Kietzmann, presidente da Assembleia de Apuramento Distrital de Vila Franca de Xira, que analisou os boletins de Amadora, Azambuja, Loures, Odivelas e Xira. Os chifres, as cruzes de alto a baixo, as frases “vocês são uns aldrabões”, “chulos”, “vão trabalhar” ou “tachos”, já são um clássico em todas as eleições, mas outra magistrada, da Assembleia de Apuramento de Oeiras, que analisou os votos dos concelhos de Cascais, Oeiras e Sintra, não contém as gargalhadas ao recordar a imaginação
dos eleitores. Uma eleitora de Sintra resolveu levar um poema de casa. Agrafou-o ao boletim de voto;
outro utilizou todos os quadrados do impresso para escrever um palavrão de seis letras. Mais candidatos houvesse e maior seria o palavrão!
O espírito mais analítico de um eleitor de Cascais levou-o a descrever a situação de cada candidato. Os comentários até revelavam acutilância e cultura geral qb. Pena que o arrazoado tivesse sido escrito no boletim de voto que acabou, obviamente, invalidado. No concelho de Gaia, um eleitor desenhou uma cruz
perfeitinha no quadrado pretendido, mas sentiu necessidade de explicar a decisão. “Voto neste porque é o que tem ideias mais firmes.” Quem não gostou da ideia foi a Assembleia de Apuramento Distrital de Gaia/Gondomar, que invalidou mais este voto.
Os eleitor saudosista pede “ao Dr. Salazar que nos proteja”, o monárquico escreve “Viva o Rei” e a devota de Francisco Louçã pede favores ao candidato no verso do boletim. “Senhor Dr. Louçã, se for eleito por favor tenha em conta as nossas necessidades, porque existe muito desemprego no país.” Um pedido
fatal para o candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda, que aqui perdeu mais um voto... e logo de uma
apoiante fervorosa.
Na Amadora muitos eleitores votaram SLB, figura conhecida, apesar de não estar na corrida. O mesmo não poderá dizer-se de um tal “Osvaldo”, que recolheu a preferência de um interessante número de eleitores.
Muitos agem deliberadamente para anular os votos, mas a juíza Sónia Kietzmann ficou “chocada com o número de votos nulos por desconhecimento”.
Dos cerca de cinco milhões e meio de votos nas eleições presidenciais de domingo, cerca de 43 500 foram anulados. Corresponde a voto nulo, o boletim com mais do que um quadrado assinalado, com cortes, rasuras ou que contenha quaisquer escritos. Um cidadão de Sintra deixou mensagens ersonalizadas aos candidatos. “Ah poeta”; “És velho, vai descansar”; “És um demagogo”, são apenas alguns exemplos.
CLÁUDIA ROSENBUSCH"

3 Comments:

At fevereiro 01, 2006 4:41 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Tambem deixei uma frase la na urna com ilustração a acompanhar!!!



PS-Sou mesmo o primeiro a comentar o vosso Blg??? Será possivel?? lololol O que é que aconteceu aos outros??

 
At fevereiro 01, 2006 4:49 da tarde, Blogger *suzette* said...

pois é.. é que infelizmente este blog é recente e n está divulgado!mas obrigada pelo apoio!
Volte sempre! :)

 
At fevereiro 01, 2006 6:08 da tarde, Blogger grila said...

Cá para mim, a maior parte dos votos nulos são-no por desconhecimento. Cada vez mais tenho ideia que muitos milhares de portuguesas não fazem a mínima ideia que, se puserem alguma coisa mais do que a cruz no boletim, o voto é anulado.
Quando se fala tanto em era da informação, deveria pensar-se mais em aplicá-la também.

 

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